Capítulo 553
Capítulo 553
Ramalho estava comendo enquanto dizia com uma voz nebulosa: “Minha tia gostava de me levar… levar para o interior do Rio Grande do Sul, mas era chato lá. Sempre acabava dormindo… dormindo no caminho. Quando acordava, já tinha chegado em algum lugar desconhecido. Eu não gosto de lugares desconhecidos, eu quero ir pra casa, mas aí minha tia ficava brava… brava comigo…”
Ele baixou a cabeça, mostrando um rosto triste.
Ângela suspeitava seriamente que aquele lugar fosse o esconderijo de AK, e que Íris Valentim, temendo que Ramalho se lembrasse do caminho, o drogava para que dormisse.
“Ramalho, você consegue me falar sobre esses lugares desconhecidos?” perguntou ela.
Ramalho balançou a cabeça, “Eu… eu não lembro bem, Ficava sonolento indo e voltando… a cabeça sempre pesada.”
Angela deduziu que fosse efeito dos remédios.
Íris tinha coragem de drogar o próprio filho, era uma loucura!
Agora, Ângela estava cada vez mais convencida de que Zito era o irmão gêmeo de Ramalho.
Íris o escondia tão bem que ninguém descobriu.
A inteligência de Zito devia ser altissima, para que conseguisse criar essas armas biológicas
terríveis.
Após terminarem os sanduiches, foram para o parque dos fósseis.
Lá estavam plantas do Mesozóico, com mais de duzentos milhões de anos.
“Anjo, depois que o Kiki morreu, eu enterrei… será que ele vai virar fóssil?” perguntou Ramalho. Kiki era uma mimosa pudica.
Ângela sorriu levemente, “As condições para a formação de fósseis são muito rigidas. Não importa se é humano, animal ou planta, se viveu uma vida incrível, oqque acontece depois da morte não importa.” Content © NôvelDrama.Org 2024.
“Quando as pessoas morrem, podem ir para o céu. E as plantas, quando morrem, também podem ir para o… céu?” Ramalho perguntou curioso.
Angela sorriu, “Todo ser vivo tem a chance de ir para o céu, mas tem que ser um bom ser vivo. Os maus vão para o inferno, que é um lugar terrível onde nunca se vê o sol e se sofre tormentos sem fim.”
Ramalho estremeceu, “Eu sou uma boa pessoa, com certeza irei para o céu. Eu me preocupo com o pequeno… Zito, meu irmão, ele criou tantos insetos ruins e mordedores, será que vai para o… inferno?”
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CRM 351
“Vall” Angela disse sem hesitar, e seu ódio era como um rio caudaloso e interminável.
“O diabo já está de olho nele, e se ele não se arrepender e continuar sendo mau, será levado pelo diabo e punido em cada camada do inferno.”
“Ah…” Ramalho suspirou longamente. “Eu já tentei aconselhar o irmão Zito para não criar… criar insetos ruins, mas ele não me ouve e ainda fica bravo comigo. Acho que não tem… jeito.” Sim, ele estava sem salvação e iris também, ambos maus a ponto de descer ao inferno. Angela mordeu os lábios em silêncio.
Nesse momento, uma grande silhueta apareceu no campo de visão. Angela pensou que estava vendo errado e estregou os olhos.
O homem já estava rapidamente ao seu lado. Ele tinha pedido a Justina que o mantivesse informado sobre os movimentos dela e, ao saber que ela trouxera Ramalho ao Jardim Botânico, correu para lá.
Ramalho acenou para ele, “Primo, você veio também, veio ver… ver as plantas?”
Felipe deu de ombros, ele estava ali para ver a esposa.
Ramalho o apresentou a Ângela, “Primo, essa é a minha Anjo, ela não é… muito bonita?”
“É bonita, sim.” Felipe sorriu de canto.
Angela lançou–lhe um olhar de soslaio, “Ramalho, eu conheço o Sr. Martins, ele é meu chefe, não sabia que era seu primo.”
“Hmm, é por isso que ele é tão bonito quanto eu.” Ramalho disse seriamente.
Angela riu, não esperava que Ramalho se gabasse.
De fato, ambos tinham uma aparência celestial.